opiniões sobre marketing

O marketing 


O número de pessoas ligadas à Internet tem crescido de ano para ano mundialmente, uma tendência que também se verifica em Portugal. Em 2013, e segundo dados da Marktest, já existiam 5,4 milhões de acessos únicos feitos por internautas portugueses.

Estes valores são importantes para as empresas, pois são a prova de que as pessoas passam muito tempo em frente aos computadores, telemóveis, tablets esmart TV. A atenção dos consumidores é cada vez maior nos meios digitais e as marcas têm de saber adaptar-se a esta realidade.


«Se procurar uma empresa ou uma marca na Internet e não a encontrar, o que pensa?» É desta forma crua, mas realista, que Sikander Jamal, director-geral daWSI Portugal, enfatiza a importância do marketing digital.

A comunicação feita entre as empresas e o público-alvo mudou forçosamente ao longo dos últimos tempos e os serviços de marketing digital estão também eles a transformar-se.

No espaço de quatro anos o marketing digital deixou de ser uma tendência para ser um dado adquirido por parte das empresas. «O marketing está mais mainstream, tem alcance, tem cobertura e é hoje essencial. Estes aspectos deram ao marketing digital uma ubiquidade e uma abrangência que não havia há alguns anos», refere João Paulo Ferreira, vice-presidente da Havas Worlwide Portugal.

«O digital não é mais um meio, mas sim uma peça do plano integrado de marketing», afirma Ricardo Costa, gestor de Marketing da Fullsix Portugal.

Para Paulo Duarte, professor e investigador do Departamento de Economia daUniversidade da Beira Interior, «tudo mudou, mas tudo permanece igual». Na opinião do docente, os desafios e as ferramentas são completamente diferentes hoje do que eram há três ou quatro anos, «mas os objectivos continuam a ser os mesmos, ou seja, captar e reter clientes nas plataformas electrónicas».

Diego Jiménez, director executivo da ROI UP, destaca sobretudo a mudança de mentalidade em empresas cujo foco de trabalho e dos produtos é feito fora da Internet. «As empresas offline começam a entender que a sua presença online afecta bastante as suas vendas offline», analisou o CEO.



As redes sociais são um dos exemplos mais notórios da nova realidade. José Guedes, parceiro de gestão na tribeCRM, empresa de marketing relacional doWYGroup, considera que as plataformas sociais não tinham a penetração e a influência que têm hoje junto dos internautas. A importância é tal que «todos os planos de comunicação de uma empresa devem ter em conta este factor», considera o gestor.



O social networking com o público-alvo é um elemento de importância vital para as marcas que se movimentam na Internet. A gestão das marcas nas plataformas sociais tornou-se uma preocupação para as empresas e uma fonte de rendimento para os fornecedores de serviços de marketing digital. Ricardo Costa da Fullsix confirma que a gestão de redes sociais tem sido um dos serviços mais requisitados.

«Aquilo que os clientes mais pedem é estar presente no Facebook. Mas começar por criar uma página no Facebook é como começar a casa pelo telhado», alerta Jorge Santos, consultor Web e director de contas na Jump, a equipa de criatividade emarketing digital da ROFF. Estar nas redes sociais é positivo, mas apenas se a estratégia for complementada com um site bem construído, com uma análise cuidada de dados analíticos, e se houver um plano de search engine optimization (SEO) bem pensado, refere o consultor.
O caminho passa pelos telemóveis



O segmento móvel marca presença nas estratégias de quase todas as empresas que fornecem serviços de marketing digital. É uma evolução dos tempos e é uma tendência que precisa de ser acompanhada. Todos lhe reconhecem uma enorme capacidade comercial.O potencial do mobile marketing era há três anos uma promessa, sendo actualmente uma realidade incontornável, segundo o director-geral da WSI Portugal, Sikander Jamal.

«O mobile marketing transformou-se na forma perfeita de as empresas divulgarem os seus produtos, havendo por isso uma aposta clara nesta área, assim como uma procura crescente deste tipo de soluções», salienta Nuno Silva, responsável pelo Departamento de Inovação da IT People.

Estar em contacto com o potencial cliente 24 horas por dia, ter capacidade de exploração de serviços e de fazer campanhas por georreferenciação e poder incluir novas tecnologias emergentes – como near field communication (NFC) – são razões apontadas pelos especialistas como mais atractivas e como diferenciadoras das restantes ferramentas de marketing digital. José Maria Toscano, responsável na área de mobile da Fullsix Portugal, acrescenta ainda os factores de personalização e imediatismo.



Sobre a preferência nas plataformas, as opiniões dos responsáveis e executivos das empresas de marketing digital dividem-se. Enquanto a Inesting, a ROI UP e a tribeCRM dizem que o iOS recolhe a preferência dos seus clientes, a Catch Performance e a IT People referem o forte crescimento do Android, devido à sua presença em equipamentos de baixo custo e à componente open source.



Nuno Silva, da IT People, tem uma opinião muito peculiar relativamente a este tema – não importa tanto a plataforma onde a aposta é feita, importa é a forma como a aplicação foi desenvolvida. Jorge Santos, da Jump, fala ainda na importância da criação de conteúdos com valor, pois uma imagem bonita não é suficiente para promover a marca.



Fora das aplicações móveis, uma das ferramentas mais procuradas pelas empresas são os responsive websites, páginas de Internet que valorizam a interface e a experiência de utilização e que podem ser visualizadas em diferentes dispositivos. São ainda procurados os SMS, mensagens de voz e multimédia e conteúdos promovidos através de notificações push, revela Bernardo Brandão, director de projectos da Inesting.


Não é uma questão de moda, é uma questão de valor



O interesse das marcas pelos mais variados serviços de marketing digital também se faz sentir de outra forma – pelo crescimento, ou no pior dos casos, pela estagnação, da procura de ferramentas de divulgação e comunicação por parte das empresas.



A crise económica e o período de restrição financeira por que algumas entidades passam são justificações apontadas para que o negócio do marketing digital não tenha sido melhor em 2013 do que no ano passado. Mas numa altura em que 10 meses do ano já estão cumpridos, as empresas de marketing digital apontam baterias para o futuro. A procura vai ser cada vez maior, e um dos grupos que têm mostrado mais interesse pelos serviços de marketing digital são as pequenas e médias empresas (PME), como refere Feliciano Grosso, chefe da Unidade de Negócios da Catch Performance.

E nos próximos tempos, será suficiente para uma empresa apostar exclusivamente em formas de marketing que se espalham pela Internet e pelos dispositivos móveis?


A opinião geral das empresas é a de que o ideal será as marcas apostarem em campanhas integradas, que tanto contemplem os meios digitais como os meios tradicionais. Marta Barroso, gestora de contas digitais da Alice, considera que há uma maior receptividade do público para interagir através de diversos meios.

A WSI Portugal também é um das organizações que votam a favor da integração de campanhas, mas reconhece que numa fase inicial, um dos maiores dilemas das empresas é decidir entre uma aposta exclusiva no online ou uma aposta mais diversificada.

Apesar das ideias de integração, há uma opinião que é mais ou menos partilhada por todas as empresas e que têm nas palavras de Ricardo Costa da Fullsix um espelho: «Não nos ocorre nenhuma empresa para a qual a utilização de meios digitais de comunicação não se justifique.»


Há quem discorde desta perspectiva. José Guedes, da tribeCRM, considera que, se a empresa está a promover um produto que é exclusivo do meio online, então neste caso é possível recorrer apenas a campanhas de marketing digital. Reconhecendo também a importância da comunicação integrada, o gestor sublinha a necessidade de se pensar a estratégia caso a caso, tanto em função do produto como do target a que se destina.

Nuno Matias, administrador da Amen Portugal, aponta um exemplo de uma estratégia de campanha eficaz fora dos meios digitais e que é diferente do marketingtradicional: o contacto directo com os clientes através de feiras ou workshops.



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